domingo, 4 de novembro de 2007

Insone




O meu quarto, que destino
Na madrugada sem sono!
O mundo é um desatino,
a minha vida, o abandono.

Julgava o quarto uma torre
Que nem ele assaltaria;
Veio como quem socorre
E matou quem lhe sorria.

Foi tão breve! Tudo acaba
De modo frio e mesquinho -
O amor é a minha aldraba,
Sou o meu quarto sozinho.

T.A.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Cativa




Os meus cabelos são folhas
De um carvalho que adormece;
Sou uma escolha de escolhas,
Sou Penélope que tece.

Não sei se amo ou fui amada.
Hoje sento-me e enumero
as ondas de madrugada
sem saber por quem espero.

Oh, minha vida cativa
Nas grades duma janela!
Sem vento não há quem viva,
Quando aporta um barco à vela?

T.A.